18/07/2025: Entrei no restaurante com alguma curiosidade, mas confesso que, à primeira vista, fiquei reticente. O pão e a manteiga chegaram à mesa de forma quase indiferente, e o ambiente — com o rolo de papel de cozinha ali ao lado e a mesa posta de forma pouco tradicional — deixou-me a pensar se tinha feito a escolha certa.
Mas fui percebendo, aos poucos, que nada estava ali por acaso. Aquilo que à partida parecia desleixo revelou-se intenção. O rolo de papel está lá por uma razão — prática, direta, sem cerimónias. Tal como os pratos e a forma como tudo nos é apresentado: simples, funcional, sem fingimentos.
Vieram as moules. E é aqui que deixo um aviso: venham preparados para se sujar. O molho é generoso (e ainda bem), mas é daquelas experiências em que convém não trazer a vossa camisa preferida — especialmente se for um date. A menos, claro, que estejam abertos a sujarem-se juntos, o que às vezes até são os melhores encontros.
Apesar de os bicharocos serem um pouco pequenos para o tamanho da concha, estavam bem cozinhados, e a combinação com as batatas fritas e o copo de vinho resultou num equilíbrio feliz.
No final, o cheesecake veio fechar bem a refeição, e o café pôs o ponto final com a simplicidade que se quer.
Talvez volte. Não pelo serviço polido ou pela apresentação digna de Instagram, mas porque, no meio da aparente desordem, há ali qualquer coisa honesta a acontecer — e isso vale muito.
14/07/2025: Uma porção também serve duas pessoas