Esta nova gerência manteve o conforto restaurativo que sempre identificou o Morgado, mas promove um ambiente mais “trendy na Taberna”, claramente direccionado para quem gosta de sair à noite, sempre sem perder o foco na comida, na bebida e no serviço. O jovem Luís foi o nosso assistente para este jantar, tendo, com simpatia, sentido de humor e evidente conhecimento, feito sugestões muito a propósito do que procurávamos. Sobre a mesa já nos aguardavam o dueto ibérico, enchidos de texturas diferentes, tendo em comum o sabor genuíno da carne suína e a suculência da sua gordura q.b.; o queijo amarelo da Beira Baixa, partido em generosas fatias, amanteigado, porém firme na sua pasta e de sabor personalizado; e uns superlativos croquetes de vitela, acolitados por mostarda à antiga, de fritura escorreita, perfeita para meter o dente, sem perder a cremosidade do aparelho proteico. Satisfeitos com o introito, seguimos para ovas grelhadas com batatinha a murro e grelos “à lagareiro”, com o embrião piscícola na sua consistência e sabor próprios, envoltos na pelicula protectora produzida pelo calor da brasa; lombo de atum fresco, servido em perfeito ponto de cocção e em cama de batata doce quasi esmagada, de tempero tão equilibrado quanto estimulante; e iscas de leitão em abundante molho tradicional, guarnecidas com batata frita de corte fino e ovo a cavalo, empratados como que a pedir que se “rompesse” o último, envolvendo-o com as batatas, acrescentando o fígado porcino aos costumeiros “revueltos” (que, também aqui, se encontram na Carta). Tudo cozinha tradicional, com produtos de primeira e confecção a respeitar e a enaltecer os mesmos. A garrafeira desta “Taberna” é uma grande mais valia, tendo-nos sido sugeridos dois brancos: o 70/30, DOC Beira Interior, intenso, denso e fresco, de fermentação exclusivamente em inox, personalizado e com notas complexas muito interessantes, e o Dedo do Meio, Alentejo, subtil, muito fresco e de aromas adocicados, também sem madeira no estágio, bem mais caro que o seu parceiro beirão, mas bem menos ao meu gosto. A conselho do chef Pasteleiro, encerrámos o festim com um pijama doce, representativo das guloseimas da Carta, o qual incluiu sabores e texturas para “todos os gostos”: leite creme com gelado de baunilha, tarte basca, de perfeita textura e queijo equilibrado, pudim Abade de Priscos, com esferinhas de manga, para “desenjoar”, mil-folhas de amêndoa com cereais, caramelo salgado e gelado de natas frescas, o mais interessante do ponto de vista da pastelaria, e um gelado de lima para equilibrar a gula geral. Experiência muito agradável, verifico que o Morgado Taberna 2017 continua a ser um destino seguro (devo confessar que com preços algo inflacionados), mas que muito mais do que um “hot spot” para se sair à noite, é, isso sim, um lugar informalmente elegante e recomendável para se comer bem, a qualquer hora do dia.
João Carvalho
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24 Fevereiro 2025
8,0
Local acolhedor e familiar, comida fantástica, muito bem confeccionada, serviço de mesa muito atencioso, sempre preocupados se estava tudo bem, adoramos, foi jantar de amigos mas volto com a família.
Tina Escada
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14 Dezembro 2024
10,0