Escondido na tradição e de portas abertas à alma portuguesa, a casa Dias é um verdadeiro refúgio de sabores genuínos. Desde o primeiro prato até ao último gole, a experiência aqui é uma viagem ao coração da cozinha minhota, com tudo o que isso implica: generosidade, calor e autenticidade.
Entradas
A refeição abriu com uma sopa rica e substanciosa, servida em taça de barro, com nacos generosos de enchidos e hortícolas. Um caldo caseiro como manda a tradição – reconfortante e com um sabor honesto.
Petiscos
Seguiram-se umas fatias de carne fumada, de cortar à navalha, com brilho e textura perfeitas. Cada pedaço dizia “fumeiro artesanal”, com aquele equilíbrio entre salgado e defumado que pede pão e conversa.
Pratos principais
A mesa tornou-se um banquete: arroz branco solto e bem cozido, a acompanhar carne suculenta e feijão com nabiças, numa feijoada à moda antiga. Logo ao lado, uma travessa fumegante de cabrito assado com batata, onde o tempo e o forno trabalharam em harmonia – tenro por dentro, dourado por fora.
E ainda havia bacalhau à minhota, envolto em cebolada e banhado em azeite, como só se faz quando se respeita o peixe e a tradição. Um prato que transborda história e sabor.
Acompanhamentos e extras
Batatas fritas às rodelas finas, a lembrar as das nossas avós, salada fresca com tomate maduro e cebola cortada à mão, e uma taça de azeitonas temperadas para ir picando – tudo simples, mas cheio de verdade.
Ambiente
O ambiente familiar, com toalhas de papel e copos de vidro rústico, reforça a autenticidade do espaço. A comida está claramente no centro da experiência, como deve ser num restaurante tradicional.
Veredito final
A casa Dias não pretende reinventar a roda – e ainda bem. Aqui celebra-se a tradição com orgulho, o sabor com honestidade e a fartura com generosidade. Um espaço onde comer é voltar a casa.
Nota final: 9/10
Porque há comida que não se mede em estrelas, mas sim em memórias.
Rui Baptista
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31 Março 2025
10,0